Visualizar Mobilizando Arquivos

Combinar história, antropologia e fotografia, permite fazer da fotografia uma forma de olhar para a história e para a antropologia. 

O enquadramento temporal em que se desenrolou a produção fotográfica dos três etnógrafos abordados – desde os anos 30 até ao final dos anos 90 – motivou a construção de uma série de representações gráficas de diversas naturezas.  

Esta página reúne recursos visuais criados no processo da pesquisa, quer relacionados com a região em que os etnógrafos usaram a máquina fotográfica para retratar a vida das populações rurais, quer com o contexto mais amplo em que conduziram a sua prática fotográfica em campo.

Integrando a história em práticas de campo no sul rural de Angola

Dois dispositivos gráficos tentando traçar eventos históricos ocorridos durante a vida e o trabalho de campo dos três etnógrafos, e na região.

Durante a pesquisa, o projecto foi evoluindo, encontraram-se relações concretas, diferentes arquivos tinham impressões destas relações, por motivos diversos. O mapeamento do projecto foi sofrendo actualizações.

Levámos uma máquina fotográfica para os nossos contextos de pesquisa. A co-organização de Passados Imaginados, uma oficina internacional sobre colonialismo, fotografia e arquivos, levou a escolher uma imagem feita durante uma das sessão de arquivo como inspiração para a imagem da chamada e do evento.

A recorrência do uso do documento visual de campo ao longo da vida: Carlos Estermann e o seu uso de fotografias

 

Alguns dos textos etnográficos de Estermann, publicados entre 1928 e 1974.

Uma síntese parcial dos escritos etnográficos de Estermann com e sem imagens nesse período

O Sul como repetição: as missões de campo de António Carreira a Angola (1965-69)

 

Carreira realizou 5 missões de cerca de 2 meses cada, todos os anos entre 1965 e 1969. As missões foram coordenadas pelo Museu de Etnologia do Ultramar, e financiadas pela Junta de Investigações do Ultramar.

A luta de libertação começou em 1961, sendo que todas as missões de Carreira em Angola foram conduzidas num território em guerra. Os mapas assinalam ataques conhecidos, por qualquer um dos intervenientes, que tiveram lugar no mesmo ano.

O arquivo abrangente: a produção fotográfica de campo de António Carreira em Angola (1965-69)

 

Entre 1964 e 1973, Carreira realizou 11 missões a vários territórios colonizados por Portugal, coordenadas pelo Museu de Etnologia do Ultramar. 

No entanto, durante este período de fundação do Museu, houve outros investigadores do museu que também realizaram missões a Angola. Como o arquivo, na sua maioria, não segue uma organização por missão/autor, tornou-se necessário situar todas as missões a Angola. 

Para compreender as missões de Carreira a Angola, também se tornou relevante localizar as outras 6 missões que realizou para o Museu, 5 ao Cabo Verde, e 1 a Moçambique. 

Carreira nasceu em Cabo Verde e viveu durante muitas décadas na então Guiné Portuguesa – actualmente Guiné-Bissau.

Uma abertura à experiência: seguindo os usos da fotografia de campo entre os Ovakuvale (1992-7) [RDC]

Ruy Duarte de Carvalho usou de diversas maneiras a sua colecção de fotografia de campo entre os Ovakuvale. Produzida entre 1992 e 1997, durante as suas estadias no Sul de Angola, enquanto morava em Luanda, as imagens ganharam novas vidas durante a década seguinte. Essas vidas geraram um mapeamento da sua produção fotográfica de acordo com a diversidade de usos conhecidos, de modo a perceber as orientações de Carvalho para se aproximar desse material.

Galeria de Imagens sobre esta produção e uso em breve.