A Guerra Guardada: Exposição

A Guerra Guardada: fotografia de soldados portugueses em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique (1961-74)

13 janeiro a 20 de março 2022 – 4º piso, Museu do Aljube Resistência e Liberdade

3ª a Domingo, 10h-18h

A Guerra Guardada explora coleções pessoais de homens que em tempos foram soldados. A maioria foi recolhida através de entrevistas presenciais no quadro de uma investigação etnográfica em curso no ICS-ULisboa. As restantes estão publicadas em diversos sítios e arquivos da internet. Dispersas um pouco por todo o país, retratam um tempo e um espaço distantes, e mostram uma guerra vivida mas também imaginada. Banais ou extraordinárias, revelam os muitos mundos de uma guerra longa e anacrónica que foi mandada combater pela ditadura. Que possam provocar diálogos em democracia.

Associamos ao longo destes dois meses uma programação que inclui uma versão abreviada de um espetáculo de teatro, duas sessões de cinema integradas num ciclo mais vasto e dinamizamos conversas com convidados, sujeitas às condicionantes causados pela pandemia COVID-19.

Maria José Lobo Antunes e Inês Ponte

Curadoras

A Guerra Guardada inclui a possibilidade de ouvir algumas histórias por detrás das fotografias, através de QR codes. Sugerimos que leve o seu smartphone e auriculares quando a visitar, para garantir que desfruta em segurança desses conteúdos da exposição.

email: aguerraguardada@gmail.com

FICHA TÉCNICA 

Curadoria: Maria José Lobo Antunes e Inês Ponte

Fundos e intervenientes: Arquivo Aveiro e Cultura, Albano Costa Pereira, Antonino Pereira, António Barros, António Fernando Gonçalves, António Vilela, António Silvestre, Ângelo Teixeira, Boaventura Martins, Carlos Mendes, Casimiro Silva, Francisco Gomes, Fernando Penim Redondo, Fernando Silvestre, Fotosíntese/Buala, Gabriel Marques, Horácio Marcelino, João Freitas, João Gameiro, João Sousa, Joaquim Augusto Carvalho, Joaquim Cunha, Joaquim Silva, Joaquim Tomaz Soares, José Nunes Afonso, José Alves, José Cunha, José Freire, José Fernando Sousa, José Lopes, José Lourenço, José Pinto, José Rodrigues de Almeida, Luciano Leal, Luis Correa de Sá, Luis Mata, Manuel Carvalho, Manuel Rosa, Mário Martins, Mário Silva, Virgilio Santos

Artistas convidados: Daniel Barroca, Patricia Barbosa, Rita Neves, Maria Gonzaga

Máquinas Fotográficas: Fernando Penim Redondo

Museografia e Design: Ophelia Estúdio

Áudio: Ana Coelho, Filipe Fernandes, Luis Ferraz, Miguel Ramos, Rosário Melo (Confederação), AP Silvestre, Inês Ponte

Gestão ICS-ULisboa: Eugénia Rodrigues, Pellegrino Cammino, Telma Vinhas

Exposição desenvolvida no âmbito do projeto de investigação de pós-doutoramento no ICS-ULisboa, “Imagem, guerra e memória: fotografia da guerra colonial nas coleções pessoais e nos arquivos institucionais” (SFRH/BPD/116134/2016), com apoio de 2020.01762.CEECIND.

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página da exposição A Guerra Guardada no Museu do Aljube

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PROGRAMAÇÃO ASSOCIADA À EXPOSIÇÃO A Guerra Guardada 

Entrada Livre

Atividades sujeitas à lotação das salas e às medidas de segurança da DGS

Reserva de lugar para inscricoes@museudoaljube.pt

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(a) fragmentos do espetáculo Corpo Suspenso, Rita Neves

✓ sábado 19 de fevereiro, 16h

40 min, seguida de conversa com Rita Neves, Patricia Couveiro e Joaquim Paulo Nogueira (crítico de teatro, dramaturgo, e encenador)

Pensando como os corpos transportam memórias, o que terá ficado no corpo de uma filha cujo pai foi à Guerra Colonial? Corpo Suspenso é um espetáculo de teatro que percorre um arquivo de memórias em cena, revelando através do corpo da filha, memórias suas, do pai, bem como as de um país. Criação de Rita Neves com Patrícia Couveiro, em 2021, a peça tem sido apresentada em vários pontos do país. A exposição Guerra Guardada evoca-a através da apresentação de uma versão abreviada, seguida de conversa, também com o público.

Fragmentos do @espectaculocorposuspenso

Ficha técnica [versão abreviada]: Conceito e Direcção // Rita Neves ⁠** Criação, Texto e Interpretação // Patrícia Couveiro, Rita Neves⁠ ** Apoio à dramaturgia // Rui Pires ⁠** Apoio ao movimento // Sofia Neuparth ⁠⁠** Apoio aos figurinos // Luís Godinho⁠ ⁠** Concepção plástica e apoio a ensaios // Tiago Vieira ⁠

Corpo Suspenso teve o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação GDA e⁠ República Portuguesa – Cultura/Direcção Geral das Artes⁠

teaser: https://www.youtube.com/watch?v=bp1M7HJ7DkQ

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(b) ciclo de cinema: 2 sessões

Um breve panorama da multiplicidade de abordagens cinematográficas à guerra colonial portuguesa. Um documentário dá acesso a memórias de quem em Angola esteve do outro lado da guerra que a exposição Guerra Guardada aborda. A essa produção angolana recente, juntam-se duas produções portuguesas com mais de 10 anos. Um documentário para televisão sobre a circulação de mensagens de e para soldados nos diferentes territórios, e uma curta de ficção remetendo para impactos sociais da guerra através da cultura popular, que estreou em sala.

✓  28 de janeiro, 15h30

Independência (105’), Fradique, 2015

Depois de mais de 40 anos, este documentário procura revelar e encontrar o passado em mapas, fotos, documentos, jornais, cartas e, acima de tudo, em memórias ainda vivas. O seu ponto de vista é o da geração que participou na luta de libertação de Angola, e que partilha connosco as suas memórias. Com os pés bem assentes no presente, este filme de produção angolana olha para trás e pergunta-se “Que memória resta da nossa luta?”

+ info: https://geracao-80.com/independencia

trailer: https://vimeo.com/independenciafilme/trailer

✓ 25 de fevereiro, 16h, Sessão total: 67’

Deus Não Quis (15’), António Ferreira, 2007 + Natal 71 (52’), Margarida Cardoso, 2000

Deus Não Quis é baseado na dramatização dos versos da canção popular Laurindinha. É a história de Ramiro, um rapaz, que parte para a Guerra Colonial; do seu regresso e do desencontro com o amor da sua vida – Laurinda. Um filme que se apropria da cultura popular portuguesa, para pensar cinematograficamente alguns dos impactos sociais incrustados no país de uma longa e longínqua guerra.

+ info: https://pngpictures.com/png/site/web/pt/filmes/curtas/deusnaoquis

trailer: https://vimeo.com/personanongrata/dnqtrailer

Natal 71 foi um disco oferecido aos militares em guerra nas colónias portuguesas em África nesse mesmo ano. Cancioneiro do Niassa tornou-se numa cassete áudio, gravada clandestinamente por militares ao longo dos anos de guerra, em Moçambique. A cassete é uma voz de revolta, o disco uma peça de propaganda nacionalista. Ambos são memórias de uma ditadura fascista. Memórias de um país fechado do resto do mundo, pobre e ignorante, adormecido por uma propaganda que tentava esconder todos os conflitos internos, e que impedia de pensar e de reconhecer a natureza repressiva do regime em que se vivia. O documentário parte das memórias familiares da realizadora, para refletir sobre o país em que cresceu.

+ info: http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/2074/Natal+71

excerto: https://www.youtube.com/watch?v=ni5YDhqqqlk

Sessões dedicadas à guerra colonial no ciclo de cinema sobre o colonialismo português em articulação com o Museu do Aljube e a exposição Ato (Des)Colonial.

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(c) historiadores à conversa – a confirmar

✓ sábado 26 de fevereiro, 16h, auditório

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(d) Conversas em visita à exposição

✓ quarta-feira, 9 de fevereiro, 16h, com Maria José Lobo Antunes e Inês Ponte, curadoras, ICS-ULisboa

✓ quarta-feira, 16 de março, 16h, com Aniceto Afonso, historiador militar, IHC-UNLisboa


Sala no Museu do Aljube

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